As Obras De Misericórdia
Na devoção à Divina Misericórdia a prática das Obras de Misericórdia quer corporais quer espirituais são muito importantes.
Sem a confiança na Misericórdia e sem a prática das
obras de Misericórdia pedidas por Jesus não existe uma verdadeira
devoção à Misericórdia. "Se por teu intermédio peço aos homens o culto à
Minha Misericórdia, por tua vez deves ser a primeira a distinguir-te
pela confiança na Minha Misericórdia. Estou exigindo de ti atos de
misericórdia, que devem decorrer do amor para comigo…".Eu te indico três
maneiras de praticar a misericórdia para com o próximo: a primeira é a
ação, a segunda a palavra e a terceira a oração. "(D. 742)
As obras de misericórdia, segundo Catecismo de São Pio X
Obra de misericórdia é aquela com que se socorre o nosso próximo nas suas necessidades corporais ou espirituais.
As obras de misericórdia são quatorze: sete corporais
e sete espirituais, conforme são corporais ou espirituais as
necessidades que se socorrem.
As obras de misericórdia corporais são:
1ª Dar de comer a quem tem fome;
2ª Dar de beber a quem tem sede;
3ª Vestir os nus;
4ª Dar pousada aos peregrinos;
5ª Assistir aos enfermos;
6ª Visitar os presos;
7ª Enterrar os mortos.
As obras de misericórdia espirituais são:
1ª Dar bom conselho;
2ª Ensinar os ignorantes;
3ª Corrigir os que erram;
4ª Consolar os aflitos;
5ª Perdoar as injúrias;
6ª Sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo;
7ª Rogar a Deus por vivos e defuntos.
(Catecismo de S. Pio X. Capítulo IV. "Das obras de misericórdia")
Cada um dentro de suas possibilidades e dons, pode em diversos momentos da vida fazer obras de misericórdia.
Para uns é mais fácil visitar enfermos, para outros é
mais fácil ensinar os ignorantes. Mas para todos em alguma fase da vida
surgirão os momentos de "perdoar as injúrias" e "sofrer com paciência
as fraquezas do nosso próximo".
No Diário de Santa Faustina algo nos chama a atenção: "O Amor é a flor e a Misericórdia é o fruto".
Todo ato de amor resulta em misericórdia, não há como fugir desta verdade!
O menor ato de amor que você praticar, terá como resultado a misericórdia!
Praticar, obras de Misericórdia, é amar concretamente
a Jesus nos irmãos. Que recompensa há em amar somente aos que nos amam?
Por isso, todos são incluidos nesta condição. Ame os que te perseguem,
os que te caluniam, os que não gostam de voce, etc. Seus gestos de amor
transformarão os corações: primeiro o seu, e em conseqüência, o do
próximo!
Os Principais Frutos Do Espírito Santo
Os doze principais frutos do Espírito Santo
Considerando os frutos do Espírito Santo
como sendo todos os atos últimos e deleitáveis das virtudes e dos dons -
ou, em outras palavras, como todas as obras virtuosas com que nos
comprazemos -, sua enumeração deveria ser muito extensa. Entretanto, o
Apóstolo distingue apenas doze em sua Epístola aos Gálatas: "O fruto do
espírito é a caridade, a alegria, a paz, a paciência, a longanimidade, a
bondade, a benignidade, a mansidão, a fidelidade, a modéstia, a
continência, a castidade" (Gl 5, 22-23).4 A propósito, Santo Agostinho
explica que São Paulo não tinha o intuito de dar o número exato desses
dons, mas apenas mostrar o "gênero de coisas" em que devemos buscá-los.5
São Tomás, por sua vez, considera adequada essa enumeração paulina,
explicando que "todos os atos dos dons e das virtudes podem, com certa
conveniência, ser reduzidos a esses frutos".6 E classifica os frutos
enumerados pelo Apóstolo conforme os diferentes modos pelos quais o
Espírito Santo procede conosco.A mente humana, esclarece o Doutor
Angélico, deve estar ordenada em si mesma, em relação ao que está ao seu
lado e em relação ao que lhe é inferior. Os três primeiros frutos do
Espírito Santo - caridade, alegria e paz - ordenam a alma em si mesma em
relação ao bem, enquanto a paciência e longanimidade o fazem em relação
ao mal. Bondade, benignidade, mansidão e fidelidade a ordenam em
relação aos outros; e modéstia, continência e castidade, em relação
àquilo que lhe é inferior.
Caridade
A caridade - "sentimento primordial e
raiz de todos os sentimentos", segundo São Tomás - é o primeiro fruto do
Espírito Santo. Nela, o Paráclito dá-Se de forma toda particular "como
em Sua própria semelhança", uma vez que, no eterno e inefável convívio
entre as três Pessoas da Santíssima Trindade, Ele é o Amor substancial
do Pai para com o Filho, e do Filho para com Pai.7 Quando uma alma é
cumulada pela seiva divina do Espírito de Caridade, o amor a arrebata e
transforma por completo. Assim aconteceu com Santa Maria Madalena, a
pecadora pública perdoada e restaurada a ponto de encabeçar a lista das
virgens invocadas na Ladainha de Todos os Santos.Tocada por um amor
corajoso, não hesitou ela em comprar os melhores perfumes e, alheia ao
respeito humano, lançar-se aos pés de Jesus, lavá-los com suas lágrimas e
enxugá- los com seus cabelos. Foi uma manifestação de amor veemente,
exclusivo e - quase se diria - irrefletido, por não medir esforços nem
calcular consequências. Bem podem se aplicar a ela as palavras de São
Francisco de Sales: "A medida de amar a Deus consiste em amá- Lo sem
medida". Ou as de São Pedro Julião Eymard: "O que é o amor senão o
exagero?".Note-se, entretanto, que a caridade nem sempre vem acompanhada
de consolações para a alma que a pratica, pois, sendo uma virtude,
reside na vontade, e não no sentimento. Assim, "não se trata
necessariamente de um amor sentido, mas de um amor intensamente querido;
e tanto mais querido, nas almas fervorosas, quanto menos sensível
for".8A verdadeira prova da autenticidade da caridade é o fato de ela
vir acompanhada de uma repulsa inteira ao pecado, pois diz Santo
Agostinho: "Ficará demonstrado que amas o que é bom se vires em ti que
odeias o que é mau".9 Não podemos esquecer, por fim, um fundamental
desdobramento deste fruto do Espírito Santo, ensinado pelo próprio
Cristo: "Amarás a teu próximo como a ti mesmo" (Mt 22, 39). No dizer de
Santo Agostinho, "o amor ao próximo é como o princípio do amor a Deus". E
"não há degrau mais seguro para subir ao amor de Deus que a caridade do
homem para com seus semelhantes".
Alegria
Corolário do amor a Deus e ao próximo é a
alegria, "pois quem ama se alegra por estar unido ao amado. Ora, a
caridade tem sempre presente a Deus, a quem ama, segundo o dizer da
primeira Carta de João: ‘Quem permanece no amor, permanece em Deus, e
Deus nele' (I Jo 4, 16). Portanto, a alegria é consequência da
caridade". Longe de se confundir com os gozos passageiros, provenientes
de frivolidades ou de ações proibidas pela Lei de Deus, que logo se
transformam em frustração, a alegria do Espírito Santo é toda
sobrenatural e penetra até o fundo da alma. Por isso pôde São Paulo
dizer: "Estou cheio de consolação, transbordo de gozo em todas as nossas
tribulações" (II Cor 7, 4).
Paz
"Mas a perfeição da alegria é a paz",
afirma o Doutor Angélico. E isto sob dois aspectos: "Primeiro, quanto ao
repouso das perturbações exteriores, pois não pode desfrutar
perfeitamente do bem amado o que é perturbado por outros nessa fruição".
E, segundo, "no sentido que ela acalma a instabilidade dos desejos,
pois não goza da alegria perfeita quem não se satisfaz com o objeto que o
alegra". Não há, pois, absolutamente nada que possa perturbar uma alma
abandonada à ação do Espírito Santo, porque ela "têm consciência de
estar na posse do único bem a que está apegada; sabe que possui a Deus;
sabe-se amada por Ele ‘até a loucura', apesar de sua miséria e, por sua
vez, também ama a Deus sem medida". De fato, como a paz é procurada em
nossos dias, e como parece escorregar de nossas mãos! Numa existência
agitada e ruidosa, marcada a fundo pela violência e pelo pecado, tudo
concorre para arrancar- nos a paz interior. Como são atuais as palavras
de Jeremias: "Exclamam ‘Paz, paz!' quando não há paz" (Jr 6, 14).
Paciência
Depois de considerar os frutos do
Espírito Santo que ordenam a mente para o bem, vejamos aqueles que a
levam a atuar de forma correta perante a adversidade: a paciência e a
longanimidade.O primeiro nos torna inalteráveis ante os males iminentes;
o segundo, imperturbáveis com a prolongada espera dos bens, dado que a
privação destes já é um mal. Derivada da fortaleza, a virtude da
paciência "inclina a suportar sem tristeza de espírito nem abatimento de
coração os padecimentos físicos e morais". Segundo Santa Catarina de
Sena, a paciência é a "rainha posta na torre da fortaleza, que vence
sempre e nunca é vencida". Assim aconteceu com o justo Jó que, tendo
perdido as riquezas, os filhos e a saúde, com a mesma atitude de alma
continuava glorificando seu Criador: "O Senhor deu, o Senhor tirou:
bendito seja o nome do Senhor!" (Jó 1, 21).Quando o Espírito Santo
produz em nossas almas esse fruto, tornamo- nos conformes à vontade de
Deus; almejamos imitar o exemplo de Jesus Cristo e de Maria Santíssima
na Paixão; compenetramonos da necessidade de reparar nossos pecados,
purificando-nos no cadinho do sofrimento.
Longanimidade
Pela longanimidade, o Espírito Santo nos
leva a aguardar com equanimidade, sem queixas nem amargura, os bens que
esperamos de Deus, do próximo e de nós mesmos. Não se trata de uma
espera passiva e preguiçosa, mas sim de uma manifestação de coragem que
se estende no tempo, de uma dilatada esperança que nos faz fortes de
alma nas delongas espirituais.
Frutos de longanimidade vemos em
abundância na vida de Santa Mônica, durante os muitos anos em que
receava pela salvação eterna do filho Agostinho, transviado na
imoralidade e na heresia. Sem nunca esmorecer na confiança, rezava
persistentemente pela sua conversão.Deus, comprazido em contemplar nessa
mãe exemplar os frutos que Ele mesmo semeara, deu-lhe a honra sublime
de ter o filho elevado à condição de um dos grandes luminares da Santa
Igreja.
Bondade
Depois de bem disposta a mente em
relação a si mesma, cumpre ajustá- la em relação ao que lhe está ao
redor: o próximo. Isto se dá, em primeiro lugar, pela bondade, isto é,
pela "vontade de agir bem". Por efeito de nossa união com Deus, somos
compelidos pelo Espírito Santificador a beneficiar os outros.Nossa alma
como que se dilata e expande, a ponto de nos converter, de certa forma,
em amor. Pois, "como o carvão ou a barra de aço, em si mesmos negros e
frios, se tornam brilhantes e ardentes como o fogo, assim a alma imersa
nesse braseiro de amor que é o Espírito Santo se torna semelhante em
todas as coisas ao divino Espírito". Jesus nos deixou registrado o
paradigma dessa bondade na parábola do filho pródigo (cf. Lc 15,
11-32).Deus é o pai que espera ardentemente o retorno daqueles que d'Ele
se afastaram pelo pecado e se encontram enlameados e impregnados de mau
odor. Fica ansioso, por assim dizer, de nos ver procurar um de seus
ministros no misericordioso tribunal da Reconciliação, para nos perdoar,
sarar nossas feridas espirituais e fortalecer-nos a fim de não
reincidirmos nas mesmas faltas.
Benignidade
O fruto da benignidade se distingue ao
da bondade por já ser, não só um querer, mas um praticar efetivo do bem.
Aqui o carvão ou a barra de aço do exemplo anterior não apenas brilham e
ardem, mas queimam e inflamam.Por isso "chamam-se benignos aqueles a
quem o ‘fogo bom' do amor se inflama em favor do próximo". Modelo desse
amor que "se inflama em favor do próximo" foi São Vicente de Paulo.
Pedia insistentemente a Deus que lhe desse um espírito benigno; e
conseguiu, com a ajuda da graça, domar seu temperamento seco e bilioso,
tornando- se cortês e afável.Transformou-se a ponto de se lhe tornar
natural uma polidez de trato maravilhosa, com palavras sempre amáveis
para todo tipo de pessoas.
Mansidão
Uma terceira disposição da mente ao
ordenarse em relação ao próximo é a mansidão, pela qual refreamos a ira e
suportamos com serenidade de espírito os males infligidos pelos
outros.Santa Teresinha do Menino Jesus nos dá belíssimos exemplos de
mansidão perante impulsos de irritação, ensinando-nos a praticar esta
virtude na vida cotidiana.Eis um deles: Estando um dia as freiras
trabalhando na lavanderia conventual, constituída por grandes tanques
comunitários, aconteceu de uma irmã, por falta de atenção, lançar sobre a
Santa uma chuva de água com sabão. Como é natural, isso lhe provocou um
ímpeto de indignação. Mas, acalmada pela brandura do Espírito Santo,
logo se conteve, recorrendo ao piedoso subterfúgio de imaginar que o
Menino Jesus estava brincando com ela... esborrifando-lhe água e sabão.
Fidelidade
Como último fruto de nosso bom
relacionamento com o próximo, temos a fidelidade, que nos faz "manter a
palavra dada, as obrigações assumidas, os contratos estipulados". A
fidelidade complementa a mansidão no sentido de que, se esta nos leva a
não prejudicar o próximo pela ira, aquela nos conduz a não fraudá-lo nem
enganá-lo. Ora, "isso é a fé, tomada no sentido de fidelidade", afirma
São Tomás. "E se a tomarmos como fé em Deus, então o homem por ela se
ordena ao que lhe é superior, ou seja, dispõe- se a submeter seu
intelecto a Deus e, por consequência, tudo o que possui".
Modéstia
Por fim, após ordenar-se a mente em face
do que lhe está em volta, cumpre fazê-lo quanto ao que lhe é inferior, e
isto se dá em primeiro lugar pela modéstia, "observando o comedimento
em tudo o que diz e faz".Esta virtude mantém nossos olhos, lábios,
risos, movimentos, enfim, toda a nossa pessoa, sem excluir nossos
trajes, nos justos limites "que correspondem a seu estado, habilidade e
fortuna". Santo Agostinho recomenda particular cuidado com a modéstia
exterior, que tanto pode edificar quanto escandalizar os que nos
rodeiam. Note-se que a afirmação do Bispo de Hipona não deve ser
interpretada num sentido exclusivamente negativo. A modéstia exterior
inclui também o dever positivo de revestirse das roupas, gestos e
atitudes próprias a edificar o próximo e dar glória a Deus.Lê-se na vida
de São Francisco de Assis um episódio que ilustra quanto o cumprimento
desse dever pode produzir nas almas um efeito equivalente ou talvez
maior que o de um sermão. Certa vez, ele convidou um frade, seu
discípulo, a acompanhálo: - Irmão, vamos fazer uma pregação -
disse-lhe.Após percorrerem a cidade em silêncio, São Francisco retomou o
caminho do convento. Sem entender o que se passava, o frade perguntou: -
Mas, meu pai, não dissestes que íamos fazer uma pregação?Aqui estamos
de volta, e não proferimos uma só palavra... E o sermão? - Já o fizemos.
Não percebes que a vista de dois religiosos andando pelas ruas com
estas vestimentas e em atitude de recolhimento vale tanto quanto um
sermão? - respondeu o Santo.
Continência e Castidade
Também em relação ao que lhe é inferior -
isto é, às paixões - ordenam o homem a Continência e a
Castidade.Segundo São Tomás, elas se distinguem uma da outra "quer
porque a castidade nos refreia em relação ao que é ilícito, e a
continência ao que é lícito, quer porque a pessoa continente sofre as
concupiscências, mas não se deixa arrastar por elas, enquanto o casto
nem as sofre e muito menos as segue". Com efeito, a alma que produz o
fruto da castidade torna-se realmente angélica. Muito ao contrário dos
tormentos interiores de agitação e ansiedade, nos quais vive quem se
entrega às paixões desordenadas, o casto já antegoza o Céu na terra.A
continência, a seu lado, "robustece a vontade para resistir às
concupiscências desordenadas muito veementes"; portanto, indica um
freio, enquanto a pessoa abstém-se de obedecer às paixões. Ela, assim,
prepara a alma para essa castidade, pois "os que fazem tudo quanto é
permitido acabarão por fazer o que não é permitido".
Espírito de Amor e intercessão de Maria
Qual navio batido pelas ondas na
procela, a alma sente neste vale de lágrimas os falaciosos atrativos da
carne, convidando-a ao naufrágio.Muito bem exprime São Paulo essa
difícil situação: "Sinto, porém, nos meus membros outra lei, que luta
contra a lei do meu espírito e me prende à lei do pecado, que está nos
meus membros. Homem infeliz que sou! Quem me livrará deste corpo que me
acarreta a morte?" (Rm 7, 23-24).Mas, aos olhos do bravo navegante que,
em vez de desanimar, ergue a vista à busca da salvação, sempre está a
brilhar um farol: "A lei do Espírito de Vida me libertou, em Jesus
Cristo, da lei do pecado e da morte.O que era impossível à lei, visto
que a carne a tornava impotente, Deus o fez" (Rm 8, 2-3).Dada a nossa
natural insuficiência, agravada pelas consequências do pecado original,
torna-se indispensável o auxílio divino para completarmos a árdua
corrida rumo à eterna bem-aventurança. E o Espírito de Amor vem sempre
em socorro da nossa fraqueza, com suas graças e dons. Ele não cessa de
interceder por nós "com gemidos inefáveis" (Rm 8, 26) e ainda nos dá
como medianeira e advogada sua Fidelíssima Esposa.Saibamos recorrer
sempre a Ela. Pois a poderosa intercessão de Maria Santíssima é a via
mais segura para transformar graminhas estéreis em frondosas árvores
carregadas de frutos.
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